This is Pinheirinho!!

Pinheirinho, uma região de 1 milhão de metros quadrados, segundo a prefeitura 1,5 mil pessoas moram lá, segundo os moradores 9,6 mil pessoas moram lá. A foto acima mostra o quanto esse lugar é importante para os moradores a ponto deles improvisarem armas e escudos como se fossem um "batalhão de choque".

Pinheirinho é um bom exemplo de que os brasileiros só lutam por aquilo que de interesse extremamente pessoal, o que está em jogo lá são suas casas. Enquanto os famosos "revolucionários de sofá" compartilham e curtem fotos como essa do post no facebook, juntamente com frases de apoio aos moradores. Eles pegaram armas e escudos e resolveram enfrentar a polícia.

Muitos que leem sobre o assunto pensam: "Por que os brasileiros não fazem o mesmo em relação à corrupção no Brasil?" Simples. Por mais que o brasileiro vê nos noticiários que milhões e milhões são desviados dos cofres públicos e que esse dinheiro vem dos impostos que ele paga. Quando ele abre a conta bancaria dele, Vê que tudo ainda está do mesmo jeito.  Ou seja, pra ele é coisa que "só acontece em Brasília" e ele não tem nada a ver com isso.

Bom exemplo disso é o Impeachment do Collor, o seu plano para acabar com a inflação no Brasil, foi bloquear por 18 meses poupanças e contas correntes que excedessem 50 mil cruzeiros (o equivalente a 7 mil reais). À longo prazo o Plano deu errado, o desemprego aumentou e escândalos começaram a aparecer. Somando tudo isso mais o fato das contas e poupanças estarem bloqueadas, isso gerou revolta e um impeachment aconteceu pela primeira vez no Brasil.

Falar que o brasileiro é passivo em relação aos escândalos políticos pode ser, mas a questão é que a maioria ainda não relacionou dinheiro público como algo pessoal e que esse dinheiro deve ser revertido em melhorias da qualidade de vida da população. Ainda estamos com a mentalidade de que o imposto deve ser pago por obrigação, nada mais nada menos e o que o poder público faz com ele não é problema nosso, e está tudo bem os políticos desviarem verba pública, desde que eles não nos desocupem de onde moramos...

Rafael Shiroma